«Será uma nova história e espero que seja bem contada»
Tato Ferruccio despediu-se das pistas nacionais. Sem confirmar a partida para o Liceo seis anos depois de chegar a Portugal, o talentoso jogador 'despiu-se' de hipocrisias e assume ser um jogador difícil. Mas por jogar com raça e coração.
Uma segunda derrota do Tomar frente ao Sporting nos quartos-de-final do play-off do Campeonato Placard ditou o final da temporada para os tomarenses. E o adeus de Franco Ferruccio das pistas portuguesas.
"Tato" chegou a Portugal em 2018. Representou Oeiras, partilhando uma garagem com Ezequiel Mena, e, apesar da descida da equipa da Linha, ambos deram o salto para o Óquei de Barcelos. Tato rumou depois à Oliveirense e, nas duas últimas épocas, assentou arraiais em Tomar.
Por onde passou, cativou adeptos por uma qualidade técnica acima da média, despertou paixões com as suas celebrações, com o mesmo jeito provocatório com que provoca e incendeia os ânimos adversários. Talentoso como poucos, apontam-lhe o "se tivesse cabeça..." como a nenhum outro. "Inolvidable". Inesquecível.
A reputação de provocação precede-o em cada jogo. Quase despido porque entregou quase tudo no Municipal de Tomar, mas também "despido" de hipocrisias, sabe que sempre foi "um jogador difícil", mas porque joga sempre no limite, com raça e coração. Recorda que saiu de casa muito jovem em busca de um sonho e lamenta ter sido prejudicado por "histórias mal contadas", por gente que "fala sem saber".
Criam-se preconceitos nos árbitros que o vão apitar. Se cai, é simulação de Tato. Se alguém cai perto dele, é azul para Tato. Umas vezes será injusto, outras nem por isso. Esta época, o atacante argentino viu 22 azuis e um vermelho, apenas passando disciplinarmente incólume na disputa da Supertaça António Livramento.
Tato conta que - com altos e baixos - foi feliz no Tomar, onde ficou ligado à inédita e histórica conquista da Taça de Portugal.
Parte para reforçar o Liceo, que ainda está na disputa da OK Liga, mas o argentino apenas confirma que deixará o campeonato português, sempre com o objectivo de "ganhar, ganhar, ganhar".
Teve a sua primeira experiência na Europa, na italiana Serie A1, em 2015, com apenas 17 anos. Aos 20, chegou ao campeonato luso. Aos 26, parte para a OK Liga, ainda com muita História - e uma História que quer diferente - por escrever.
Segunda-feira, 27 de Maio de 2024, 21h59