Angola, de Rui Neto, reúne argumentos para algo mais

O novo seleccionador angolano, Rui Neto, já definiu o lote de jogadores com que prepará o Mundial. Entre os 15, há novidades que podem elevar a competitividade de Angola, em busca de uma inédita meia-final.

Angola, de Rui Neto, reúne argumentos para algo mais

Oficializado como novo seleccionador de Angola, sucedendo a Alberto Domingos ("Jô"), Rui Neto não tardou a anunciar as suas escolhas tendo em vista o Campeonato do Mundo que se disputa em Setembro, em Novara. O lote, alargado a 15 atletas, ainda será reduzido. Mas perspectiva-se uma selecção competitiva, com argumentos para lutar por um inédito lugar nas meias-finais.

Entre os eleitos pelo treinador do Óquei de Barcelos - que acolherá a preparação angolana - estão algumas novidades de relevo, como Rafa Lourenço e Afonso Sousa (que já estiveram em Montreux), ou José Barreto, Gonçalo Neto e Gonçalo Nunes, que agora procuram a confiança do seleccionador para se estrearem.

Neto e Nunes são internacionais jovens por Portugal. Neto esteve no Campeonato da Europa de Sub-20 em 2018 e, antes, Nunes sagrara-se, entre outras distinções, campeão do Mundo júnior em 2015 e 2017.

José Barreto é da geração "oliveirense" de Xanoca, por exemplo, tendo estado na formação do Benfica. Esteve na Alemanha, no Termas e regressou a casa para ser uma das figuras da OH Sports, campeã portuguesa da III Divisão na temporada finda. Na parceria com a federação angolana, a equipa de Oliveira do Hospital vê serem também chamados o guarda-redes Wilson Castro e Josemar Tavares.

Pilares da selecção angolana continuam Francisco Veludo, André Centeno, Humberto Mendes ("Big"), Nery e João Pinto, que regressa após ausência na Taça das Nações. Todos também a jogar na Europa. De resto, apenas Adilson Diogo, da Académica de Luanda, e Argentino Agostinho, da DV Sports, militam em Angola.

Rui Neto de regresso ao palco Mundial

Rui Neto regressa em Setembro aos palcos do Campeonato do Mundo, depois de ter estado em San Juan em 2011, no comando da selecção portuguesa. Rui foi seleccionador português nos Europeus de 2010 e 2012 (vice-campeão em ambos) e nesse Mundial de 2011 conquistaria o bronze, depois de um afastamento nas meias-finais marcado pela polémica.

Segundo declarações de José Gamboa, vice-presidente da Federação Angolana de Patinagem, ao Jornal de Angola, Rui Neto estaria em equação com os ex-internacionais angolanos Tiago Sousa e Carlos Cardoso ("Chupita") e ainda Nuno Resende, que orientou os Sub-20 de Angola no Mundial de 2015, acabando por tornar-se o terceiro seleccionador do Campeonato Placard (e o terceiro treinador português) anunciado para o Campeonato do Mundo, depois de Paulo Freitas (Portugal) e de Nuno Lopes (França).

De resto, a selecção portuguesa de Paulo Freitas - que Neto antecedeu e a quem sucedeu no Óquei de Barcelos -, com Miguel Vieira, será um dos adversários de Rui Neto no Grupo A, com duelo agendado para o segundo dia da primeira fase. Na "estreia", Angola defronta a Argentina, dos também barcelenses Conti Azevedo e Danilo Rampulla, e na derradeira jornada há embate com os Estados Unidos.

O desafio da meia-final

Angola tem-se consolidado no "Top 6" mundial com os históricos Espanha, Portugal, Argentina e Itália e a emergente França. Mas continua aquém da melhor prestação africana, o 4º lugar de Moçambique em 2011. Então orientados por Pedro Nunes, os moçambicanos chegaram às meias-finais depois de eliminar o Brasil nos quartos-de-final. Cairiam por tangencial 4-3 frente a Espanha nas "meias", mas a História estava escrita.

Nesse Mundial, Angola não foi além do 11º lugar. Em 2013, em casa, no único Mundial disputado em terras africanas, os angolanos voltaram a não conseguir lugar nos "quartos", terminando num 9º posto que repetiriam em 2015, depois de terem ficado atrás de Espanha e França na fase de grupos, quando só passavam os dois primeiros.

Em 2017, já com novo modelo (dos então World Roller Games, agora World Skate Games), Angola entrou na "segunda divisão", a Taça Intercontinental, mas "transitou" para o Campeonato do Mundo como vencedor da primeira fase. Caiu no prolongamento dos quartos-de-final, frente à campeã do Mundo Argentina. Venceu depois Moçambique e Colômbia e ficou em 5º, na sua melhor classificação de sempre.

Dois anos volvidos, em Barcelona, Angola voltou a cair frente à Argentina nos "quartos". Ficaria em 6º, depois de vencer Chile e perder com Itália. Repetiria o 6º lugar em 2022. Perdeu com a Itália por 4-5, depois de estar a vencer por 4-2, com o sonho das "meias" bem perto. Depois venceu Chile e perdeu com Espanha.

Angola - Campeonato do Mundo 2024 (Preparação)

Guarda-redes: Francisco Veludo (Bassano), Tiago Simões (Marítimo SC), Wilson Castro (OH Sports)

Jogadores de pista: Adilson Diogo ("Pi", Académica de Luanda), Afonso Sousa (Benfica "B"), Anderson Nery (Riba d'Ave), André Centeno e Gonçalo Neto (Tomar), Argentino Agostinho ("Tino Boy", DV Sports), Gonçalo Nunes e Rafael Lourenço (Murches), Humberto Mendes ("Big", Noia), João Pinto (Trissino), Josemar Tavares e José Pedro Barreto (OH Sports)

Seleccionador: Rui Neto

AMGRoller Compozito

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