«Os nossos títulos são os jogadores sentirem que se valorizam cá dentro»
Raul Meca iniciou a derradeira temporada à frente do Riba d'Ave. Desde 2020, já viveu a descida, o regresso, a presença na Taça WSE e no play-off do Campeonato Placard. E disputará um lugar na fase de grupos da Champions League.
Em 2020, depois de um reconhecido trabalho, Hugo Azevedo deixou o comando técnico do Riba d'Ave em busca de "outros voos" no Braga. Para liderar os destinos dos ribadavenses a aposta foi em Raul Meca Lopes, um jovem treinador de 31 anos, apenas com experiência nos escalões de formação do Riba d'Ave e, tal como Hugo Azevedo, no Valongo, onde cumprira a temporada de 2019/20.
Era, no entanto, praticamente "prata da casa". Meca representara, enquanto jogador, o Riba d'Ave de 2012 a 2019, quando, cedo, pendurou os patins.
Na primeira temporada de Raul Meca no comando técnico, o Riba d'Ave estreou-se - no embalo das campanhas das épocas anteriores nas competições europeias, disputando a Taça WSE. No entanto, viveu o "amargo" da descida de divisão.
Ganhou "calo" a equipa, ganhou "calo" Meca, mesmo aquém do exigido Nível 3 de treinador para a categoria máxima do Hóquei em Patins português. Um ano depois, em 2022, o Riba d'Ave estava de volta ao "Melhor Campeonato do Mundo". Assegurou a manutenção, mas a pretérita temporada não começou da melhor maneira. Hoje, Meca desmistifica uma extraordinária segunda volta, que catapultou a equipa para a estreia do play-off, mas o técnico chegou a pedir a demissão na primeira metade da prova. O pedido foi recusado. A confiança era total. E foi recompensada.
Talvez como prémio, o Riba d'Ave não recusou a oportunidade de lutar por um lugar na fase de grupos da Champions League, a mais importante prova europeia de clubes. O Parque das Tílias não tinha as condições necessárias a receber a ronda de qualificação, mas a viagem será curta. De 1 a 3 de Novembro, os ribadavenses jogam em Valongo, defrontando sucessivamente o anfitrião, os suíços do Diessbach e os catalães do Calafell.
A Champions League é um palco de sonho, mas, de pés bem assentes na terra, os objectivos de Raul Meca estão bem definidos.
Na estreia na Elite Cup, o Riba d'Ave perdeu nos quartos-de-final frente ao Benfica, que viria a vencer o troféu. No final do jogo, Meca ficou a dar indicações ao reforço Nardi. E o técnico garante que será assim ao longo de toda a época, até ao derradeiro jogo. Que, foi anunciado, será também o último jogo de Raul Meca no comando técnico dos ribadavenses.
Ciente da dificuldade de conquistar um troféu pelo Riba d'Ave, o objectivo de treinador de 36 anos que completará cinco temporada à frente da equipa, é "que os jogadores vão crescendo individualmente", porque tal contribuirá para o sucesso colectivo. "Os nossos títulos são os jogadores sentirem que se valorizam cá dentro, que saiam melhores jogadores", aponta, procurando que os adeptos do Riba d'Ave se revejam na equipa e que tenham orgulho na equipa. A classificação final será uma consequência.
Para Meca, o campeonato será muito competitivo para além dos cinco ou seis primeiros lugares, e, vendo "equipas curtas", ressalva que uma lesão ou expulsão pode condicionar muito do que será o decorrer da prova.
Depois de uma derrota por 2-0 em Oliveira de Azeméis na ronda inaugural do Campeonato Placard, o Riba d'Ave recebe este sábado o Tomar no Parque das Tílias, em jogo a contar para a 2ª jornada. Com Raul Meca no comando, apesar dos tomarenses "navegarem" noutro patamar, o Riba d'Ave nunca perdeu perante o seu público. Venceu por 4-3 em 2020, por 2-1 em 2022 e houve empate a três no último duelo, em Fevereiro de 2024.
Sexta-feira, 25 de Outubro de 2024, 23h52