Porto dá resposta e quebra invencibilidade do Benfica
Onde raramente não perde, o Benfica perdeu a invencibilidade. O Porto, com Malián em destaque, deu resposta à derrota para a Champions League e, vencendo o rival maior por 3-2 num jogo emotivo até final, isola-se na frente do campeonato.
O Benfica, num palco aziago, não conseguiu dar continuidade às vitórias fora de Juventude Pacense, na sexta-feira, e de Braga, Sporting e Juventude de Viana, este sábado, e perdeu a invencibilidade na temporada. O Porto, depois de uma derrota na quinta-feira para a Champions League, deu a melhor resposta e venceu as águias por 3-2, isolando-se no topo da classificação.
Com as ausências de Diogo Barata, talvez pelo acordo fechado com o Sporting para a próxima época, e João Rodrigues, a ficar de fora por precaução em virtude de uma intervenção cirúrgica ao nariz, houve algum ascendente inicial do Benfica, mas com ambos os guarda-redes chamados a intervir e com Pedro Henriques a ter trabalho mais complicado que Xavi Malián.
Ricardo Ares foi o primeiro a parar o jogo, aos nove minutos, havendo as primeiras mudanças em ambas as equipas, acentuado a toada do jogo: o Benfica a assumir mais o ataque, o Porto a defensor solidamente e a sair rápido - e até a criar mais perigo do que as águias - para o ataque.
A três minutos do intervalo, na busca do Benfica pelo golo, Gonçalo Pinto viu azul por atingir Rafa na face. Na soberana oportunidade, Hélder Nunes tentou surpreender Pedro Henriques, mas o guardião encarnado levou a melhor e Nil, Roberto e Pau controlaram bem a bola em inferioridade.
O intervalo chegou sem golos, sendo que apenas o primeiro duelo em 112 oficiais deste século e milénio entre as duas equipas portuguesas mais tituladas, chegara assim ao final. Não seria o 113º duelo a repeti-lo...
Logo aos três minutos e meio da etapa complementar, outro cotovelo na cara (ainda que numa disputa de bola), valeu outro azul. Carlo Di Benedetto viu o cartão e Pau Bargalló foi chamado ao livre directo. Maliàn defendeu duas vezes, mas, no deslumbre dos dragões com as intervenções do seu guarda-redes, Lucas Ordoñez foi mais lesto e rematou para o fundo das redes.
Reagiu quase de pronto o Porto, a impor mais velocidade, e Rafa sofreu falta para grande penalidade de Roberto Di Benedetto. Pedro Henriques negou o golo, no remate e na recarga, a Gonçalo Alves, mas, com o Porto a manter a intensidade, numa tabela simples entre Telmo Pinto e Rafa, Telmo surgiu isolado numa clamorosa falha defensiva das águias, e bateu o guardião para a igualdade a um. E o Benfica chegava à nona falta.
O Porto crescia animicamente, no embalo de uma história de 36 vitórias em 51 duelos como visitado frente às águias este século. O Benfica, numa visita ao rival que tem sido aziaga (três vitórias em 19 anos), acusava a perda da vantagem. A equipa de Edu Castro ainda equilibraria o jogo, mas, numa saída rápida, Carlo Di Benedetto serviu com mestria Edu Lamas para, a 11 minutos do final, o ex-encarnado virar o marcador.
O Benfica procurava evitar uma série de 12 jogos sem vencer no Dragão Arena, mas sem a intensidade - ainda que faltasse acutilância - dos momentos iniciais, com um inusitado nervosismo numa equipa que vinha mostrando confiança. O Porto segurava agora o resultado. Até porque outro marcador, o das faltas, assinalava uma igualdade a nove.
Já nos dois minutos finais, Carlo Di Benedetto ganhou a 10ª falta ao irmão Roberto e, de livre directo, afastando uma maldição de acertar no poste, Carlo fez o 3-1.
Logo de seguida caiu a 10ª dos dragões, com muitos protestos a valerem o azul ao treinador Ricardo Ares, a pagar pelas "queixas" do banco. Xavi Malián ainda defendeu o primeiro remate de Lucas Ordoñez, mas o argentino reduziu na recarga.
Com pouco mais de um minuto para jogar, o Benfica arriscava sem guarda-redes. Na pressão, Telmo Pinto cortou no chão, na área azul-e-branca, e o Benfica tinha uma grande penalidade para igualar. Melhor, teria duas, porque na primeira defesa de Malián, o guardião catalão saiu claramente da sua zona antes do remate de Lucas Ordoñez. Mas Malián também defendeu a segunda, talvez a reclamar de vez a distinção de melhor em pista.
Nota para a não utilização de Tomás Santos e Viti, vice-campeões do Mundo de Sub-19, que acabaram por "apenas" ter vista privilegiada para o maior Clássico da modalidade.
Ainda este domingo, para fechar a 7ª jornada, há dérbi entre Oliveirense e Sanjoanense no Salvador Machado, e um duelo que é habitualmente intenso, entre Óquei de Barcelos - que se pode juntar ao "grupo perseguidor" - e Valongo.
7ª jornada
• Candelária 5-6 Juv. Pacense • 22.Nov
• Murches 1-4 Braga • 23.Nov
• Tomar 1-2 Sporting • 23.Nov
• Riba d'Ave 3-5 Juv. Viana • 23.Nov
• Porto 3-2 Benfica • 24.Nov
• Oliveirense vs. Sanjoanense • 24.Nov, 18h
• Óquei de Barcelos vs. Valongo • 24.Nov, 18h
Classificação
1º Porto (18 pontos), 2º Benfica¹ (15), 3º Sporting¹ (15), 4º Juv. Pacense (15), 5º Óquei de Barcelos¹ (12), 6º Braga (10), 7º Tomar (9), 8º Valongo¹ (9), 9º Juv. Viana (9), 10º Sanjoanense¹ (6), 11º Oliveirense¹ (6), 12º Candelária (6), 13º Riba d'Ave (5), 14º Murches (1)
¹menos um jogo, ²menos dois jogos
Horário das partidas na hora local.
Domingo, 24 de Novembro de 2024, 13h33