Contestação em Valongo
É uma prática associada ao futebol, mas é também reflexo da exigência dos adeptos do Valongo. De Orgulho ferido, alguns valonguenses não reveem no momento da equipa a Raça que caracteriza a sua Tradição, e afixaram tarjas a visar o treinador.

É muitas vezes notícia a contestação dos adeptos dos clubes de futebol, nomeadamente dos ditos "grandes", quando se esgota a paciência com más exibições e maus resultados. E a exigência dos adeptos do Valongo não fica aquém de ninguém. No seguimento da derrota de passada quarta-feira, foram afixadas tarjas de contestação nas proximidades do Pavilhão Municipal de Valongo. "Perdemos o nosso ADN" ou "R. Garrido rua!!", podia ler-se.
Tendo completado 70 anos no passado dia 9, o ano de 2025 não tem sido fácil para a equipa principal da Associação Desportiva de Valongo. Enquanto os Sub-13, Sub-17 e Sub-19 se sagraram campeões regionais, os seniores vão lutando pela manutenção no Campeonato Placard.
Depois de uma primeira época pós-Edo Bosch que terminou com o 7º lugar na fase regular, o Valongo viu partir os pouco utilizados Tiago Freitas, Martim Leite e Tomás Santos para a chegada de João Maló e Kyllian Gil, promovendo o guardião Afonso Venda à equipa principal. E está agora em 10º, com 18 pontos, apenas dois pontos acima de Candelária e Riba d'Ave, ambos abaixo da linha de água. E as prestações da equipa vão-se reflectindo na afluência e ambiente no "San Siro", com contestação audível ao treinador, ex-seleccionador nacional.
Depois de três vitórias e seis derrotas nos nove jogos até à pausa natalícia, 2025 viu apenas duas vitórias, logo nos dois primeiros jogos (merecendo destaque a vitória categórica e convincente sobre o Porto), seguindo-se três empates e quatro derrotas, entre as quais desaires em Viana (7-3) e, esta quarta-feira, no Municipal de Valongo, com o Tomar (1-3), ambas abaixo dos valonguenses na classificação.
No final da partida frente aos tomarenses, em "flash" à AD Valongo TV, o técnico concordou de antemão com as críticas quanto à falta de atitude, daquele ADN muito característico. Mas apontou o dedo à equipa.
"Claro que sou eu que tem que dar a cara, sou eu que tenho que me responsabilizar, só que a atitude do Valongo, hoje, aqui, não é o que este clube merece. Este clube precisa de muito mais. Hoje era um jogo fundamental, tínhamos que ganhar, ou pelo menos ter outra atitude aqui dentro. E a atitude que não tivemos, não foi... de nada. Foi uma atitude vergonhosa, que tivemos aqui hoje. E perdemos, e perdemos muito bem. Porque, com erros infantis, e da forma como nós abordamos um jogo onde sabemos que o nível que se joga... e, em erros infantis, permitimos que o adversário faça aqui três golos completamente consentidos... Mas sou eu o responsável, sou eu o responsável, sou eu que tenho que dar a cara. Merecemos inteiramente a derrota porque não tivemos a atitude suficiente aqui hoje para jogar", declarou.
Este sábado, o Valongo recebe a Oliveirense em jogo a contar para os quartos-de-final da Taça de Portugal, procurando um apuramento para a Final Four que não acontece desde 2018. Apenas quatro dias depois, regressa o campeonato, com uma partida importante frente ao Candelária no Pico.
Ainda em Março, os valonguenses recebem o Óquei de Barcelos e deslocam-se a Oliveira de Azeméis. Depois, na recta final do Campeonato Placard, o Valongo recebe Riba d'Ave, Murches e Benfica e joga nas pistas de Porto e Braga.
Sexta-feira, 14 de Março de 2025, 17h57