Ocaso na 25ª hora
O Sporting sagrou-se campeão do Mundo de clubes e logrou um feito inédito ao vencer o Barcelona, que tinha ganho as anteriores 24 decisões internacionais frente a formações lusas. Joan Ignasí teve uma pequena 'vingança' de muitas finais perdidas.

O Barcelona disputou, este domingo, a sua 25ª final internacional frente a equipas portuguesas. E, pela primeira vez na História, não terminou com o troféu nas mãos.
O gigante da cidade condal é uma referência, dominador nas competições nacionais e internacionais, como atestam 22 triunfos em 59 edições da mais importante prova europeia. O segundo mais vitorioso, o Reus, tem.. oito.
Metade dos títulos europeus do Barcelona foram conseguidos frente a equipas portuguesas. O primeiro, em 1973, frente ao Benfica, vencendo no ano seguinte o Desportivo de Lourenço Marques. Em 1980, nova celebração frente ao Benfica. Depois, na afirmação do Porto, os dragões seriam "vítimas" na decisão em 1985, 1997, 2000, 2004, 2005, 2014 e 2018. Pelo meio, um triunfo sobre o Óquei de Barcelos, em 2002.
Tantas vezes campeão europeu, o Barcelona foi recorrente na Taça Continental, que venceu 18 vezes. Oito delas frente a equipas portuguesas. Venceu o Sporting em 1981, 1985 e 2015, o Porto em 1982, 1983 e 2018, a Oliveirense em 1997, e o Paço de Arcos em 2000.
A estes 19 troféus, juntam-se três na Taça Ibérica, batendo o Porto em 1999 e 2000, e o Óquei de Barcelos em 2001, e dois na Taça Intercontinental, em 2018, e na última disputada, em 2024, ambas com final frente ao Porto.
Essa conquista na Taça Intercontinental, valeu aos blaugrana o convite para este Campeonato do Mundo de Clubes em San Juan. É um Barcelona que, financeiramente e desportivamente, é igualado pelos clubes portugueses de topo, e que não vence a Liga Europeia ou a sucessora Champions League desde 2018. Um jejum de seis temporadas que não aconteciam desde os anos 90.
Na fase de grupos, a equipa agora orientada por Ricardo Ares vencera o Sporting por 1-3, mas, com as duas equipas já apuradas para as meias-finais, esse resultado pouco significaria.
Com a derrota, os leões tiveram uma tarefa mais árdua para chegar à partida decisiva, mas, num momento ímpar da carreira dos jogadores, as pernas não pesam. E, no prolongamento, o Sporting venceu por 3-2.
À 25ª final com equipas portuguesas, o Barcelona não ergueu o troféu em disputa.
Um 'amaldiçoado' a acabar com a 'maldição'
A quebra da "maldição" das equipas do país à beira-mar plantado frente ao Barcelona tem um nome incontornável: Joan Ignasi Edo.
O agora técnico chegou para a baliza do Porto em 1997. Até 2016, disputou sete finais (uma delas em liguilha). Acabou vice-campeão em todas, cinco delas frente ao Barcelona, a que se juntam mais duas Taças Ibéricas.
Já como treinador, à frente do Valongo, perdeu a final da mais importante prova europeia frente ao Trissino em 2022. E, no ano seguinte, voltaria a perder. Frente ao Porto... de Ricardo Ares.
Agora, não sendo de menosprezar a Taça Continental ganha pelo Valongo, Joan Ignasí terá quebrado, definitivamente (e de que maneira!), não só a maldição das equipas portuguesas frente ao Barcelona, como a sua própria malapata.
Quinta-feira, 9 de Outubro de 2025, 22h47