Tudo isto é fado
No rescaldo da final, João Rodrigues e Hélder Nunes lamentaram uma organização caseira, com 'atitudes vergonhosas' ao longo da semana, e arbitragens a ignorarem jogo violento e agressões dos argentinos.
"Tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é fado".
Não há prova de Hóquei em Patins que não fique marcada pela polémica, tardando as organizações em delinear atempadamente regras e regulamentos, com alterações em cima do joelho e sem explicações. A este eterno problema, junta-se quase sempre a questão da arbitragem.
Terão tardado as críticas que, justificadas ou não, perdem sempre algum valor quando feitas na hora da derrota. É assim no campeonato português, inclusivamente com castigos federativos para quem as expõe.
Mas o capitão João Rodrigues e o sub-capitão Hélder Nunes não se coibiram de apresentar as suas críticas após o jogo da final, apontando "pormenores" durante toda a semana que acabariam por condicionar a final.
Para além de visarem a permissividade dos árbitros Filippo Fronte e Ivan Gonzalez na decisiva partida, João e Hélder apontaram o jogo violento - e não penalizado - dos argentinos ao longo de toda a prova. Bem como atitudes "vergonhosas" como a bandeira portuguesa colocada ao contrário ou o corte do hino, que já acontecera em partidas anteriores e para o qual os portugueses estavam preparados. À capela, a uma só voz, ignoraram o fim da melodia, o speaker e o início do hino argentino, e levaram "A Portuguesa" até ao fim.
As críticas, para os dois jogadores, não pretendem tirar mérito à selecção da Argentina e aos seus excelentes jogadores - destacando Hélder a surpresa que foi Facundo Bridge - mas terão claramente condicionado o desfecho deste Campeonato do Mundo.
Para Hélder Nunes, mais incisivo, houve "agressões atrás de agressões" desde o primeiro dia, e reclama "trabalho de casa" dos árbitros presentes nas provas.
Renato Garrido não quis abordar a arbitragem, mas frisou a necessidade de uma arbitragem mais profissional. Preferindo "agarrar-se" à atitude da equipa ("brilhantes na atitude e na garra"), o seleccionador português vinca a necessidade de uma pausa a meio da prova, como, de resto, vinha acontecendo antes desta edição.
Do "quente" Aldo Cantoni, Garrido aponta a tranquilidade dos espectadores, que, pese o fervoroso ambiente criado, não terão conseguido tirar o foco aos portugueses. Mas sempre vai dizendo que quem tem um ambiente destes, tem sempre vantagem.
Quarta-feira, 16 de Novembro de 2022, 23h26