«Quem sente o Hóquei como uma paixão, tem de conhecer San Juan»
Mais de 10 anos volvidos sobre um feito histórico, Pedro Nunes regressou a San Juan como 'simples' adepto, para testemunhar e viver uma paixão pela modalidade que é inigualável. Desportivamente, a anfitriã Argentina foi uma justa vencedora.
Para Pedro Nunes, é "fundamental" ir a San Juan. Jogadores, treinadores e todos os que gostam de Hóquei em Patins, não podem deixar de viver uma experiência que é ímpar.
Neste século, o Campeonato do Mundo disputou-se na "Meca" do Hóquei em Patins em 2001 e regressou em 2011. Aí, Pedro Nunes esteve presente como seleccionador de Moçambique, alcançando um histórico 4º lugar.
Agora, regressou para viver aquele ambiente de outra perspectiva.
Com Luís Duarte (seleccionador campeão do Mundo de Sub-20 em 2013, 2015 e 2017), Vítor Fortunato (campeão do Mundo em 1993), José Carlos Manaças (preparador-físico com Carlos Dantas e Pedro Nunes no Benfica e actual coordenador técnico de formação e desenvolvimento do Sporting) e ainda João Rodrigues e Diogo Severino, Pedro Nunes embarcou para a Argentina e San Juan para ver Hóquei em Patins. Para rever craques de outros tempos. Para rever amigos.
A ideia de levar mais regularmente o Mundial àquela cidade agrada de sobremaneira a Pedro Nunes, que sublinha que é altura de aproveitar os sítios onde o Hóquei de sente de maneira apaixonada. Como o Aldo Cantoni, onde a Argentina foi um justo vencedor, numa grande final e apesar de "alguns factores na primeira parte que mexeram com a condução de jogo". Mas o actual coordenador do primo-divisionário Parede não poupa elogios à selecção portuguesa.
Para Pedro Nunes, "Portugal fez um campeonato fantástico". E os adeptos portugueses estarão historicamente mal habituados, mas uma derrota na final não tem de ser um mau resultado. A exigência é que se esteja nos momentos de decisão. E a selecção das quinas esteve. E num palco privilegiado.
Uma lugar na História
Em 2011, o Campeonato do Mundo estava agendado para Moçambique. Dificuldades em cumprir com as exigências da federação internacional, levaram a que o palco fosse mudado para San Juan. Onde Pedro Nunes e Moçambique fariam história.
Na fase de grupos, a selecção de Moçambique venceu os Estados Unidos (10-1), foi derrotada por Portugal (3-7) e, na decisão do 2º lugar com Angola, mesmo bastando um empate, venceria por 4-3.
Nos quartos-de-final, uma vitória sobre o Brasil por 6-9 valia um lugar nas meias-finais e, desde logo, um lugar na História. Ainda assim, o conjunto liderado por Pedro Nunes ambicionava mais, e obrigou a então tricampeã do Mundo Espanha - que viria a reclamar o tetra no Aldo Cantoni - a prolongamento.
Para o 3º e 4º lugar, sobravam poucas forças e Portugal venceu por 9-2, mas o 4º lugar permanece como a melhor classificação de sempre de Moçambique e de uma selecção africana.
Os moçambicanos viriam a ficar em 7º em 2013 e 2015 e, já com o novo enquadramento nos World Roller Games, em 8º em 2017. Tal custou a "despromoção" ao Campeonato Intercontinental, que Moçambique venceria - ainda às ordens de Pedro Nunes - em 2019, granjeando o regresso ao "quadro" de elite.
Este ano, no regresso a San Juan, com Jorge Oliveira no comando e com inúmeras dificuldades logísticas associadas, Moçambique caiu no "play-off" e foi relegado novamente para a disputa do Campeonato Intercontinental. Desta feita, sem o sucesso de 2019.
Segunda-feira, 28 de Novembro de 2022, 15h20